segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O que faltou para você?

Passada a eleição e independente do resultado, para mim o mais difícil foi acompanhar os programas, e ver as propostas dos candidatos. Por várias razões: no segundo turno, nenhum deles tinha carisma. Eu não conseguia ouvi-los sem perceber que aquele discurso era editado, por marqueteiros. Em alguns momentos, os discursos poderiam ser trocados, e ninguém acharia estranho, porque atualmente eles falam aquilo que, dizem, a massa gostaria de ouvir. Não se vê espontaneidade, ou alguém discursando algo em que realmente acredite.

Além disso, as propagandas usavam seu tempo muito mais para atacar o outro do que para defender idéias próprias. Também ouvi de muitas pessoas: votarei em um mas na verdade o voto será contra o outro, ou votarei no "menos pior".

Via (ilusioriamente) nessa eleição de piores candidatos possíveis uma chance de mostrarmos que não era isso que queríamos, e elegermos pessoas sérias e interessadas em fazer política pública. Uma alemã que mora há 1 ano no Brasil disse-me "que bom que aqui qualquer um pode se candidatar, isso é saudável". Sim, bom que (quase) qualquer um possa se candidatar, triste são alguns dos que se elegem, como atores/cantores sem nenhuma intenção pública na carreira.

Sempre gostei muito de política, e gostaria de ver mais pessoas interessadas. Claro que a decepção é grande, mas como mudar se o nosso discurso continua sendo igual, e sem atitude? Outro dia ouvi a expressão "revolta inerte", e é assim mesmo que nós agimos (eu incluída). Nos revoltamos, reclamamos, mas não saímos do sofá ou da cadeira do bar.

Tomara que a popularidade de alguns formadores de opinião preocupados com política traduza-se em pessoas mais interessadas e cientes de que não podemos simplesmente continuarmos reclamando, mas inertes. Mesmo que seja pela internet, que nos engajemos mais nas opiniões e nas informações.

Vai até uma dica de leitura, do Mário Sérgio Cortella (sou muito fã dele!):


 
E você, o que achou das campanhas?

Um comentário:

  1. Concordo que seja muito bom e saudável qualquer um poder se candidatar, só falta acrescentar: "qualquer um que tenha copetência e preparo para assumir tal responsabilidade". Nunca deixei de votar mas, sinceramente, desta vez achei mais válido passar o feriado com a minha família em um lugar especial do que votar em gente que não acredito...
    Bjs.,
    Carol.

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