sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Requeijão Aviação e otras cositas más...

Não posso deixar de dizer que a pedagogia Waldorf também têm me posto a pensar nesse sentido: consumo consciente.

Vamos a um exemplo básico: se eu pago R$3,88 no Requeijão Aviação no Walmart, por que pagar R$4,39 no mesmo Requeijão Aviação no Pão de Açúcar? Ah, é claro: no Pão de Açúcar tem música ambiente bacana, o requeijão convive lá com manteigas importadas, queijos maravilhosos ao lado, enfim, pagamos o preço de tudo aquilo, certo? E vejam só: eu sou cliente do Pão de Açúcar, consumo bastante lá, acumulo pontos e tudo, mas só concordo em pagar por coisas que não acho em outros locais, tais como os pães orgânicos (maravilhosos!), frutinhas desidratadas, doce de leite argentino...

Será que a caixa, o estoquista e o repositor do Pão ganham mais que seus equivalentes no Walmart? É de se pensar, porque se for assim, aí tudo bem...

Quando comecei a vender nossas roupas, havia um questionamento: será que vender barato (tipo R$30 uma camiseta) deprecia a peça? A roupa será desvalorizada por ter um preço muito acessível?

Ou ainda pior: será que as pessoas vão achar que é uma porcaria só porque não custa uma pequena fortuna?

Ao último post, alguns me responderam com a seguinte idéia principal: o que custa é o aluguel, são os impostos, o cafezinho, o ar condicionado, etc. Concordo, realmente tudo isso tem um custo, muitos dos quais eu ainda não tenho.

Uma outra resposta me esclareceu bastante também, um pouco mais filosófica: "o preço se faz por quem paga e não por quem faz (o produto)". É pura verdade! Pois tem gente disposta a pagar muito dinheiro por uma coisa que nem questiona quanto custou.

Também me disseram: e quando a marca "ganhar" uma loja, ou os custos aumentarem, e a peça tiver que ser vendida mais cara, como fica esse discurso? Eu digo o seguinte: o preço vai aumentar de maneira proporcional, e se eu ganhar, pode ter certeza, todo mundo que está comigo ganhou também.

Gostaria de mostrar para as pessoas que é possível pagar um preço justo pelas coisas, e que todos entendessem que não é só o caro que é bom. Na verdade, o caro normalmente é bom mesmo, mas o bom não precisa ser exageradamente caro, e podemos fazer um ajuste nas relações de consumo, baseados apenas em um item: ética!

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